O desafio era criar um negócio e, no intervalo de poucas semanas, desenvolver produtos e colocá-los à venda. A tarefa, proposta pelo curso de Empreendedorismo Jovem do Câmpus Tubarão do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), tinha como objetivo fazer com que os alunos vivenciassem o desafio de abrir um novo negócio. Em vez de partir para o ramo da alimentação, os colegas Graciele Sehnem, Cristhyan Hiller, Suiany Aguiar e Victor Barreto decidiram confeccionar roupas. E roupas para cães.

Aproveitando a estrutura da mãe de Graciele, que produz e vende bijuterias, a turma colocou as mãos à obra. O frio ajudou e a ideia deu certo. Das 16 roupas para cães que inicialmente planejaram vender, terminaram com 51 unidades vendidas, além de sete acessórios. O sucesso ultrapassou os limites de Tubarão: uma foto da mascote do Câmpus Tubarão foi parar no Instagram do IFSC e recebeu mais de mil curtidas, gerando pedidos de outras cidades. Mas o que ajudou mesmo foi levar os produtos a uma feira de adoção de animais promovida pela entidade Movimenta-Cão.

“Em duas horas vendemos quase todo o nosso estoque”, relata Graciele. “Não imaginávamos que venderia tanto. Tanto que de início planejamos só 16 roupinhas”. Com o sucesso das vendas, a estudante conta que a equipe pensa em colocar em prática o negócio de roupas e acessórios para animais de estimação. “Estamos planejando fazer uma empresa sazonal, que atenda no inverno, só estou vendo se vamos conseguir de novo doações de tecido, que foi o que possibilitou vendermos por um valor mais baixo e o negócio dar certo”, explica.

Para a aluna, mais do que uma ideia de negócio, o melhor resultado do curso foi entender que não existe negócio sem planejamento. “A parte mais importante do aprendizado foi o planejamento. Porque geralmente a gente começa um negócio e já quer partir para a ação. Às vezes não sabemos nem se tem demanda para aquilo. Um erro que cometemos, porque não pesquisamos, é que fizemos roupinhas para animais pequenos, e no fim vendemos mais roupinhas para cães maiores”, conta.

A atividade proposta pela professora Andressa Bregalda Belan envolveu duas turmas do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Empreendedorismo Jovem. Os lucros obtidos pelos negócios desenvolvidos por cada uma das equipes foi doado a duas entidades de Tubarão. Os resultados foram apresentados nesta segunda-feira (2).

Os negócios desenvolvidos, que variaram dos alimentícios sanduíches naturais, cookies integrais, e alfajores até a filtros de sonho e quadros afetivos em formato de desenho, chamaram a atenção pelo esforço para executar o planejamento e pela qualidade dos produtos finais.

“O principal objetivo do curso era que os alunos tivessem uma vivência empreendedora: aprender a modelar o negócio, desenvolver o produto, praticar os exercícios de marketing e finalmente vender. O objetivo principal não era o lucro, mas essa vivência. E neste sentido, os alunos alcançaram o objetivo, até de forma inesperada”, afirma a professora.

Ao final, foram repassados cerca de R$ 1.200 à ONG Movimenta-Cão, que auxilia no processo de adoção de cães e gatos de rua, e à Fundação Educacional Joanna de Angelis (FEJA), entidade que atende crianças de 0 a 4 anos do em situação de vulnerabilidade social com educação, assistência médica, odontológica e psicológica de forma gratuita.

Sandra Nazário, presidente da FEJA, lembra que o valor das doações é medido também pela dedicação dos estudantes. “Vi todo o trabalho desenvolvido, toda a força e o carinho que eles tiveram nos trabalhos. Depois, quando apresentei a Fundação, eles demonstraram estar muito felizes em contribuir. Isso me deixou emocionada, por receber a doação que eles tiveram tanto trabalho e dedicação para conseguir. Foi uma doação de alma”, afirma.

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Por Comunicação do Câmpus Tubarão do IFSC