O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) tem como prioridade institucional a implementação de ações que visam à permanência e ao êxito dos alunos. O objetivo é diminuir os índices de evasão escolar de modo a cumprir a missão do IFSC. Para debater a questão e encontrar soluções conjuntas, o Câmpus Tubarão promoveu nesta quarta-feira (5) uma palestra com a pedagoga Nilva Schroeder, com a participação de servidores dos câmpus de Garopaba, Araranguá e Criciúma.
Pedagoga do IFSC Câmpus São José, Nilva está atualmente no Instituto Federal de Brasília. Ela foi Pró-Reitora de Ensino do IFSC entre 2009 e 2011, e atuou na Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC) até 2016. Na terça-feira (4), ela falou sobre permanência e êxito aos diretores dos câmpus do IFSC, durante a reunião do Colégio de Dirigentes (Codir). Na quarta, esteve no Câmpus Tubarão para falar com servidores que atuam no sul de Santa Catarina.
Nilva iniciou sua apresentação mostrando dados sobre a baixa escolaridade dos brasileiros. “Se não há alta procura para os nossos cursos, é porque as pessoas não sabem que eles existem ou os cursos não interessam à comunidade local”, destacou.
Para a pedagoga, a preocupação com a permanência e o êxito dos alunos no IFSC não é apenas uma imposição legal, mas um compromisso da instituição com a educação. “A Constituição e a LDB dizem de forma clara que temos de promover ações igualdade de condições para o acesso e a permanência dos alunos na escola, garantindo os padrões de qualidade. É inerente à nossa missão de instituição educacional. Temos que nos perguntar todos os dias como promover a permanência e o êxito de cada cidadão dentro da instituição. É uma pergunta da qual não podemos fugir”, disse Nilva, destacando a importância da participação de todos os servidores, independentemente da área de atuação.
“Os índices de evasão e retenção e o baixo rendimento são um problema a ser enfrentado por todos os Institutos Federais. Isso está posto como grande desafio. Cada servidor e cada servidora precisa se sentir implicado com o problema da permanência e êxito. Não importa o seu setor ou atribuição, certamente terá algum impacto, direta ou indiretamente. E o grande desafio é como articular todas as ações dentro da instituição”, destacou.

Durante a conversa, os servidores debateram a necessidade de articulação entre os diferentes setores da instituição para combater a evasão escolar e os diferentes obstáculos na trajetória de um estudante durante o curso. Nilva lembrou que a atenção ao problema deve ser permanente e envolver todos os servidores: a oferta de cursos que interessem à comunidade, as estratégias curriculares, o ambiente organizacional e até a forma como o aluno é recebido ao chegar na instituição, tudo impacta na sua permanência ou não até a conclusão do curso.
A pedagoga defendeu ainda que as ações de permanência e êxito sejam articuladas entre todos os setores do câmpus e que a instituição deve se aliar a organizações sociais e ao poder público para trabalhar de forma conjunta, identificando interesses que tragam estudantes ao IFSC e os eventuais problemas que os façam sair. Além disso, Nilva destacou a necessidade de superar a etapa de diagnóstico das causas da evasão – e passar a intensificar as ações positivas que estão dando resultado para permanência e êxito.
“Precisamos romper o ciclo vicioso entre a constatação do problema e o agir. Temos estudos e mais estudos sobre evasão e retenção. Mas parece que não avançamos. A nossa proposta é mudar a abordagem, algo que já está muito bem resolvido dentro do IFSC, porque já discutimos a abordagem sobre permanência e exito lá em 2007, quando começamos a discutir as ações afirmativas. O desafio é fazer uma abordagem positiva e propositiva: identificar as boas práticas da instituição e disseminá-las, fazendo com que todos pensem dessa maneira e busquem soluções para melhor acolher os estudantes”, disse a pedagoga. |